O ministro do ambiente fez nova proposta aos taxistas de Lisboa, admitindo até o aumento de tarifas, mas estes rejeitaram e acamparam em Lisboa
Nem
o protesto nem as negociações resolveram ontem as diferenças entre os
taxistas e o governo. Desde segunda feira à noite e durante todo o dia de ontem, terça feira, os
taxistas continuavam na Rotunda do Relógio, bloqueando todo o acesso ao aeroporto de Lisboa, o que o ministro do
Ambiente João Matos Fernandes entendeu como um "bloqueio" e um "problema de ordem pública" da
competência da Administração Interna.
A posição do ministro entra em choque com a posição contrária da posição dos representantes dos taxistas, que desejam que seja definido um número
limitado de veículos ao serviço da Uber ou da Cabify, uma empresa norte americana, mas que o ministro não concorda, pois esta medida contraria a lei de oferta e procura, ou da livre concorrência.
Carlos Ramos, presidente da Federação Portuguesa de Táxi, diz que o
ministro fala uma "linguagem um pouco esquisita", dado que os veículos
ao serviço das duas plataformas "fazem exatamente o mesmo serviço que
faz um táxi".
Aproximadamente quatro mil
taxistas, segundo a organização do movimento, partiram ontem do Parque das Nações, às 09.00, para seguir o percurso traçado, que incluía o aeroporto e tinha como destino final, o Parlamento. Porém, às 11h, a coluna de táxis em
protesto parou no túnel de acesso à Rotunda do Relógio, junto ao
aeroporto, por causa dos primeiros incidentes com a polícia. Meia hora após, os dirigentes Florêncio Almeida, da ANTRAL e
Carlos Ramos, da Federação Portuguesa do Táxi, foram chamados pelo ministro João Matos do Ambiente para uma reunião (que não estava previamente
agendada). O ministro foi para o encontro com
uma nova proposta em cima da mesa - a possibilidade de os próprios táxis
(em número não determinado) serem descaracterizados e poderem passar a
prestar serviços às plataformas digitais. Isto sem anulação da licença
de táxi por um período alargado, o que permitiria voltar atrás na
decisão. A abertura para negociar admitiu até mesmo a revisão das tarifas dos táxis. A ANTRAL já veio com a sugestão de aumentar as tarifas no período de
Natal e Ano Novo e nos meses de julho e agosto.
Mas estas propostas não chegaram para as exigências dos taxistas, que segundo eles seria descaracterizar os
táxis sem fixar um contingente. Seria concorrer contra nós mesmos. Os taxistas querem que os veículos a serviço da UBER e da CABIFY sejam fiscalizados e considerados ilegais, até que a regulamentação da atividade seja aprovada pelo órgão competente, o que o ministro recusa. Ontem, (11) ao final da tarde, o presidente da república Marcelo R. de Sousa, fez um balanço positivo da situação.
O impasse continua, com os taxistas ocupando a praça do Relógio, até que o governo resolva tomar uma medida a seu favor, que segundo eles será uma medida a favor do emprego no setor e não uma entrega ao capital estrangeiro de um setor até agora nacionalizado. Alegam ainda a saída de Portugal de milhões de euros.
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