A CORTIÇA

A CORTIÇA É UM PRODUTO ORIGINÁRIO DA CASCA DO SOBREIRO

 A Cortiça é um material de origem vegetal da casca (súber) dos sobreiros da família dos Carvalhos  (Quercus suber), leve e com grande poder isolante. A razão pela qual a cortiça possui estas características é a sua composição rica em suberina, uma substância lipídica (gordurosa) que se acumula na parede celular. A presença desta substância primeiramente impede a entrada de agentes patogênicos e de quaisquer substâncias tóxicas nas células e a seguir a passagem de nutrientes, que podem causar a morte destas.

A primeira extração da cortiça ocorre, normalmente, quando a árvore atinge entre 25 a 30 anos, sendo que a extração ocorre nos meses de Junho a Agosto. Esta cortiça, a primeira a extrair, por vezes com larga espessura, recebe o nome de virgem e distingue-se substancialmente da cortiça de reprodução extraída nos períodos seguintes. A segunda extração é designada por secundeira e as  demais extrações, por amadia sendo esta a de melhor qualidade e por isso a mais valorizada e a única que pode ser utilizada para a fabricação de rolhas. A partir desta fase, a cortiça só é extraída a cada nove anos.

Utilizações

Atualmente, a cortiça é uma matéria-prima preciosa, que pode ter diversas utilizações como como por exemplo no revestimento de solos, isolamentos térmico e acústico, fabricação de instrumentos de música, artigos decorativos, componentes para calçados, na indústria automobilista, de bebidas, de construção civil, alvenaria, decoração, etc.

Produção

Portugal, é o maior produtor do mundo de cortiça com uma área de 730 mil hectares ocupada por sobreiros (sobro),  e é responsável por mais de 50% da produção mundial de cortiça. Outros produtores em menor escala são Espanha, França, principalmente ao sul, sul da Itália, e agora mais recentemente Marrocos, Argélia e Tunísia.
Portugal exportou no ano de 2014, 846.0000.000 de euros em cortiça.

O desenvolvimento tecnológico e a aplicação de novas técnicas, incluindo a de gestão, provocaram uma integração vertical da cortiça em alguns setores industriais e comerciais. 

Região de maior produção

Os sobros ou sobreiros, estão por toda a terra portuguesa, mas a maior produção corticeira está na região Sul, formada pelas Províncias (Estados) do Ribatejo, Estremadura, Alentejo e Algarve, com mais destaque para o Alentejo. 

Empregos diretos

A indústria da cortiça emprega diretamente 12 mil pessoas em Portugal e contribui com três por cento do seu PIB(Produto Interno Bruto) com aproximadamente cinco bilhões de euros, além dos benefícios agro-silvo-pastoris

 provocados pelos sobreiros ao solo, que podem ser considerados exemplos tradicionais  sustentáveis de uso de solo na Europa. 

Desde o século XIV, que Portugal já exporta cortiça para o Reino Unido e Flandres.  

O sobreiro que atinge em média 15m de altura, mas pode chegar a 20, produz ainda uma fruta chamada bolota, que na administração  tradicional dos Sobreirais ou Montados, permite combinar dois grandes objetivos, que são a produção agro-pastoril e a conservação do ecossistema.  

 Bolota

 Também conhecida por lance ou glande, é muito usada alimentação suína, principalmente no Alentejo, onde se fazem os melhores enchidos, conhecidos por presunto ibérico ou presunto de pata negra, feitos da carne do porco montanheira, alimentado basicamente por essas bolotas. Na região de Coimbra, Centro de Portugal também se dá muita ênfase à bolota na alimentação dos porcos, como por ex., em Vila Nova de Poiares(Terra da Chanfana) um prato mais famoso da região nesta Região, na Lousã, Penacova, Miranda do Corvo, Mortágua, etc.

A bolota, em árabe(Ballũta) é uma fruta que também pode ser comida por pessoas, crua ou assada.