quinta-feira, 17 de novembro de 2016

PRESIDENTE SÍRIO PEDE A GUTERRES QUE NÃO SE CURVE AOS INTERESSES AMERICANOS

Bashar Assad pede a Antônio Guterres objetividade e independência quanto aos interesses dos  EUA na ONU

O presidente sírio, Bashar al-Assad, espera que o próximo secretário-geral da ONU, Antônio Guterres, seja objetivo em todas as declarações sobre a Síria e que "não transforme o seu gabinete" numa dependência da diplomacia norte-americana. 

Se o sr. tivesse-me perguntado o que espero deste novo responsável neste posto importante, dir- lhe - ia duas coisas: que seja objetivo em todas as declarações que faça sobre qualquer conflito mundial, incluindo a Síria, e que não transforme o seu gabinete numa sucursal do Departamento de Estado dos Estados Unidos, disse o Presidente sírio numa entrevista ao jornalista da RTP Paulo Dentinho.

Assad afirma concordar com a vontade humanitária de Antônio Guterres sobre o conflito sírio, porém acrescenta que a ajuda humanitária vai além da entrega de bens para satisfazer as necessidades básicas dos refugiados.

Se o sr. perguntar aos refugiados sírios, o que é mais importante para eles, a primeira coisa que vão responder é que querem voltar para seu país. Isso implicará em ajuda humanitária como a entendemos -- alimentos, cuidados médicos, coisas básicas do quotidiano e, em segundo lugar, em segurança, o que significa combater os terroristas. Não se pode falar em ajuda humanitária e apoiar os terroristas ao mesmo tempo. temos de fazer uma opção, acrescentou ele.

O presidente sírio ressalva que não duvida da vontade de Antônio Guterres, mas quando ele se refere a esta questão, tem que entender que vai precisar do apoio de outros países para concretizar este seu propósito! 

Ele não vai alcançar o seu objetivo enquanto alguns países de peso continuarem a apoiar os terroristas na Síria.

Toda a gente sabe que as Nações Unidas não são o secretário-geral. Ele tem uma posição importante, mas na ONU, usando a franqueza, a maioria das pessoas considera que as decisões são tomadas por apenas os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança,acrescentou.

Entretanto, Bashar al-Assad diz-se disponível para trabalhar com Guterres pela paz na Síria, sublinhando que essa prioridade é importante não apenas para o país, mas para o Médio Oriente, que "é o coração geográfico e geopolítico do mundo".

O mesmo argumento é usado pelo Presidente sírio ao referir-se ao apoio militar da Rússia, país que está lutando pela Síria, pelo mundo e pela própria Rússia e que inspira sempre suas políticas em valores como a soberania nacional, a lei internacional, o respeito pelos outros povos e culturas.

Bashar al Assad desmente por outro lado estar usando o combate contra os grupos jihadistas, como o Estado Islâmico ou a Frente Nusra para desacreditar todos os grupos da oposição, afirmando que usar o terrorismo ou o jihadismo ou o extremismo com fins políticos é imoral.

Sobre a Turquia, que ao contrário da Rússia não apoia o regime de Damasco, Bashar al-Assad afirma que o presidente turco, Tayyip Erdogan, é uma pessoa doente, um megalômano instável, que vive na era otomana, acusando-o de  infiltrar terroristas na Síria, assegurando que qualquer incursão turca em território sírio será sempre entendida como uma invasão.
Vamos ser realistas? Cada terrorista que entrou na Síria veio pela Turquia com o apoio de Erdogan. Por isso, combater esses terroristas é como combater o exército de Erdogan. Não o exército turco, mas o exército de Erdogan, enfatizouo presidente sírio.

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