Milhares de pessoas saíram na sexta-feira 31/03/17 às ruas do Brasil, convocadas
por sindicatos e movimentos sociais para protestar contra o ajuste
fiscal iniciado pelo governo do presidente Michel Temer e,
principalmente, por sua proposta de reforma da lei da previdência e
aposentadorias.
As manifestações aconteceram nas capitais dos 26 estados do país e o Distrito Federal, mas sem registros de incidentes. Em São Paulo, a Avenida Paulista voltou a ser o epicentro das
concentrações.
O Museu de Arte de São Paulo (MASP), reuniu
cerca de 70 mil pessoas, segundo os organizadores, que protestaram com
cartazes contra as reformas propostas pelo governo Temer.
O deputado Arlindo Chinaglia (PT), disse que: "muita
gente começou a refletir sobre (as eleições de) 2018. Mas acredito que
nós devemos concentrar nossas energias agora para evitar a perda dos
direitos neste momento".
No mesmo sentido, o também deputado Ivan Valente (PSOL) comentou que:
"A indignação popular cresce, principalmente com a reforma da
previdência social".
Já Valente disse que "a terceirização com a reforma
trabalhista indigna igualmente o povo, que não quer a destruição de seus
direitos".
"Nós estamos na rua pela ética na política, para derrotar este governo
de coalizão, fisiológico, 'clientelismo', corrupto e impopular", disse o
deputado paulista.
No início do dia, alguns pontos da cidade foram bloqueados por manifestantes, que impediram a circulação de veículos.
O juiz do Tribunal do Trabalho e professor do
Centro Preparatório Jurídico (CPJUR), Mauricio Simões, afirmou que a
classe trabalhadora entre 25 e 50 anos ficou "sem uma regra" e com
alteração da expectativa de vida dos brasileiros, o país está em uma
"balança" desnivelada.
"Ninguém terá teto de previdência social e o impacto da sociedade é a
regressão de seus direitos sociais, embora seja necessário, sim, uma
reforma", mas de outra maneira, afirmou.
Para Simões, a "terceirização é um fator mas que (a reforma) da
previdência social, pois já foi aprovada no Congresso e isso é uma
precarização máxima do trabalho".
No Rio de Janeiro, cerca de 15 mil manifestantes, segundo os
organizadores, se concentraram na Avenida Rio Branco e caminharam até a
Cinelândia, com cartazes contra da terceirização e o projeto de reforma
na previdência.
Vários manifestantes no Rio carregavam cartazes onde mostravam fotos
com os parlamentares do estado que votaram a favor da terceirização e
foram chamados "traidores dos trabalhadores".
Outras cidades como Brasília, Belo Horizonte, Porto Alegre, Recife,
Salvador e Fortaleza também tiveram manifestações, mas com menor
participação.
A polêmica reforma da previdência foi apresentada ao Legislativo em
dezembro do ano passado e propõe pelo menos 25 anos de contribuição e
uma idade mínima de 65 anos para acesso aos benefícios da aposentadoria.
Outra questão é sobre o projeto de lei que permite às empresas terceirizar sua mão-de-obra.
O governo de Michel Temer considera prioridade a aprovação das reformas
para poder sair da grave crise econômica que atravessa, com quedas do
Produto Interno Bruto (PIB) nos dois últimos anos acima dos 3%.
Isso provocou a quebra em alguns dos estados mais importantes do país,
como o Rio de Janeiro, e um número recorde de desemprego que supera os
13 milhões de pessoas.
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