quinta-feira, 13 de abril de 2017

António Marinho e Pinto um luso-brasileiro no parlamento europeu


António de Sousa Marinho e Pinto é um advogado português, bastonário da Ordem dos Advogados de Portugal de 2008 a 2013 e eurodeputado eleito pelo MPT(Movimento Partido da Terra) desde 2014, mas atualmente exerce o mandato como independente. Nasceu em Vila Chã do Marão, Amarante em   10 de setembro de 1950, sendo identificado pela controvérsia do seu discurso.

Marinho Pinto 

Era filho de um alfaiate e de uma costureira e com apenas seis meses, emigrou para o Brasil com os seus pais. Viveu na cidade de Niterói, estado do Rio de Janeiro, até aos 14 anos, altura em que regressa a Portugal com a mãe, justamente quando acontece o golpe militar no Brasil em 1964.  O seu pai, um salazarista convicto, ficou no Brasil até morrer. Aos 20 anos, Marinho e Pinto é detido pela PIDE, enquanto estudante de Direito, na Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra, por participação no MDE, Movimento Democrático Estudantil. No Brasil, seu pai recebe a notícia da sua prisão e escreve-lhe uma carta reprimindo-o severamente pelas suas ideias democráticas. Marinho e Pinto, da prisão de Caxias em Lisboa, responde ao pai também através de carta contando enfáticas acusações ao regime ditatorial que se vivia em Portugal. Esta troca de acusações fez com que Marinho Pinto e o pai cortassem relações e qualquer tipo de contato durante mais de 15 anos. Só em 1987, numa espécie de arrependimento é que Marinho Pinto decide reatar contato com o pai, escrevendo-lhe nova carta e, viajando a Niterói para o visitar.

Licenciado em Direito, iniciou a sua carreira como jornalista, tendo exercido funções de direção na ANOP - Agência Noticiosa Portuguesa, entre 1979 e 1986, e depois na Lusa, entre 1984 e 1987. Foi assessor do Governo de Macau, entre 1987 e 1988, e voltou ao jornalismo, como redator do Expresso, entre 1989 a 2006. Foi assistente convidado do Instituto Politécnico de Coimbra, entre 1994 e 1995, e na Universidade de Aveiro, até 2002, coordenou a Pós-Graduação em Jornalismo Judiciário da Universidade Lusófona, em 2001, e foi professor auxiliar convidado na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, de 2005 a 2008. Marinho e Pinto nunca divulgou os anos letivos que demorou para concluir a licenciatura em Direito e nem  a média final obtida.
Ativista contra a ditadura, foi membro do MDE - Movimento Democrático Estudantil, acabando preso pela PIDE, em Fevereiro de 1971. Em 1973 foi membro executivo da Comissão Pró-Reabertura da Associação Acadêmica de Coimbra, ingressando nesse tempo na Juventude Comunista Portuguesa. Depois do 25 de Abril de 1974, foi designado membro da Comissão Nacional para a Liberdade de Informação e em 1986  eleito para a Direção do Sindicato dos Jornalistas. Na Ordem dos Advogados foi membro do Conselho Geral e presidente da Comissão de Direitos Humanos, entre 2002 e 2003. Em 2007 seria eleito o 24.º Bastonário da Ordem, tomando posse em 2008, sendo reeleito em 2010 e tomando posse em 2011. Nesse ano foi diretor convidado a 15 de Março da edição de aniversário do Diário As Beiras, que se edita em Coimbra. Fez várias conferências, assinou artigos no Expresso, no Boletim da Ordem dos Advogados, no Diário de Coimbra. Em 2003 publicou o livro As faces da Justiça. Em 2007 Dura Lex - retratos da Justiça portuguesa. Em 2010 o livro "Um combate desigual".
Em 2014 foi eleito eurodeputado, pelo MPT - Partido da Terra, obtendo o melhor resultado do MPT. Logo após tomar posse anunciou a intenção de abandonar o cargo, afirmando: “Verifiquei uma coisa que não sabia antes: o Parlamento Europeu não tem utilidade. É um faz-de-conta. Não manda nada, apesar de todas as ilusões, todas as proclamações, que são mentiras”. No entanto manteve o lugar de eurodeputado, apesar do MPT ter pedido a perda de seu mandato.
Em Setembro de 2014, Marinho e Pinto anunciou a rutura com este Partido do qual nunca foi militante e criou um novo partido,  o PDR (Partido Democrático Republicano), ao qual o Tribunal Constitucional deu luz verde a partir de 12 de fevereiro de 2014. O primeiro teste político do PDR aconteceu nas eleições legislativas de 2015, às quais Marinho Pinto concorreu pelo círculo de Coimbra, mas não conseguiu eleger nenhum deputado. 

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