A reunião desta sexta-feira(7) entre os presidentes da Rússia(Putin), do Irã(Hassan Rohani) e da Turquia(Erdoğan) envolvidos na guerra na Síria fez pouco para
alterar o provável destino da província de Idlib, a última área do país
ainda sob controle dos grupos que combatem contra o Governo de Bashar
al-Assad.
No encontro, que aconteceu em Teerã, o Presidente russo, Vladimir
Putin, não aceitou a proposta Turca para um cessar-fogo na região,
o que mantém em aberto a forte possibilidade de as tropas sírias
lançarem um ataque em larga escala na província onde alguns milhares
de combatentes vivem no meio de quase três milhões de pessoas, entre as
quais um milhão de crianças.
"Em termos gerais, acho que o Presidente da Turquia tem razão. Isso
seria bom. Mas eu não posso falar por eles. E, acima de tudo, não posso
falar pelos terroristas da Frente al-Nusra ou do ISIS [Daesh] para
deixarem de disparar ou usar
drones com bombas", disse Putin, referindo-se à ligação de alguns grupos de rebeldes anti-Assad ao movimento jihadista internacional.
Apesar de ainda haver bolsas de resistência um pouco por todo o país,
a guerra na Síria parece ter entrado na sua fase final, com o apoio da
Rússia e do Irã, o Governo sírio conseguiu recuperar a maioria das zonas perdidas para os rebeldes ao longo dos sete anos de
guerra.
Falta
cair a província de Idlib, no Noroeste, junto à fronteira com a
Turquia, onde à população local se juntaram centenas de milhares de
pessoas em fuga de outras regiões entretanto conquistadas pelas tropas
de Bashar al-Assad.
Entre os rebeldes que controlam Idlib há
várias facções, com interesses distintos e até em guerra entre si. O
grupo que controla a maior parte da província é o Hayat Tahrir al-Sham (antiga Frente al-Nusra),
considerado o braço sírio da Al-Qaeda, mas os rebeldes da Frente de
Libertação Nacional, apoiados pela Turquia, também controlam grande
parte da região.
Tanto as Nações Unidas como os Estados Unidos têm alertado para a iminência de um ataque em larga escala contra Idlib,
com possível uso de armas químicas, um passo militar importante para o
desfecho da guerra e potencialmente catastrófico em termos
humanitários.
Neste cenário, tanto a Rússia como o Irão têm dito
que é importante evitar a perda de vidas civis, mas ambos os governos
defendem a legitimidade do Governo sírio para tomar Idlib.
"A luta
contra o terrorismo em Idlib é uma parte indispensável da missão de
devolver a paz e a estabilidade à Síria, mas esta luta não deve afetar
os civis e levar a uma política de terra queimada", disse esta
sexta-feira(7) o Presidente iraniano, Hassan Rouhani.
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