domingo, 9 de setembro de 2018

Rússia não aceita proposta da Turquia para cessar-fogo na província síria de Idlib


Putin, Rouhani e Erdogan reuniram-se em Teerão

A reunião desta sexta-feira(7) entre os presidentes da Rússia(Putin), do Irã(Hassan Rohani) e da Turquia(Erdoğan) envolvidos na guerra na Síria fez pouco para alterar o provável destino da província de Idlib, a última área do país ainda sob controle dos grupos que combatem contra o Governo de Bashar al-Assad.

No encontro, que aconteceu em Teerã, o Presidente russo, Vladimir Putin, não aceitou a proposta Turca para um cessar-fogo na região, o que mantém em aberto a forte possibilidade de as tropas sírias lançarem um ataque em larga escala na província onde alguns milhares de combatentes vivem no meio de quase três milhões de pessoas, entre as quais um milhão de crianças.

"Em termos gerais, acho que o Presidente da Turquia tem razão. Isso seria bom. Mas eu não posso falar por eles. E, acima de tudo, não posso falar pelos terroristas da Frente al-Nusra ou do ISIS [Daesh] para deixarem de disparar ou usar drones com bombas", disse Putin, referindo-se à ligação de alguns grupos de rebeldes anti-Assad ao movimento jihadista internacional.

Apesar de ainda haver bolsas de resistência um pouco por todo o país, a guerra na Síria parece ter entrado na sua fase final, com o apoio da Rússia e do Irã, o Governo sírio conseguiu recuperar a maioria das zonas perdidas para os rebeldes ao longo dos sete anos de guerra.

Falta cair a província de Idlib, no Noroeste, junto à fronteira com a Turquia, onde à população local se juntaram centenas de milhares de pessoas em fuga de outras regiões entretanto conquistadas pelas tropas de Bashar al-Assad.

Entre os rebeldes que controlam Idlib há várias facções, com interesses distintos e até em guerra entre si. O grupo que controla a maior parte da província é o Hayat Tahrir al-Sham (antiga Frente al-Nusra), considerado o braço sírio da Al-Qaeda, mas os rebeldes da Frente de Libertação Nacional, apoiados pela Turquia, também controlam grande parte da região.

Tanto as Nações Unidas como os Estados Unidos têm alertado para a iminência de um ataque em larga escala contra Idlib, com possível uso de armas químicas, um passo militar importante para o desfecho da guerra e potencialmente catastrófico em termos humanitários.
Neste cenário, tanto a Rússia como o Irão têm dito que é importante evitar a perda de vidas civis, mas ambos os governos defendem a legitimidade do Governo sírio para tomar Idlib.

"A luta contra o terrorismo em Idlib é uma parte indispensável da missão de devolver a paz e a estabilidade à Síria, mas esta luta não deve afetar os civis e levar a uma política de terra queimada", disse esta sexta-feira(7) o Presidente iraniano, Hassan Rouhani.

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