“Vamos apresentar o quadro jurídico ao Lula na segunda-feira de manhã. Vamos discutir o que fazer nestes dez dias de prazo”, afirmou Haddad, referindo-se à decisão do Tribunal Superior Eleitoral que impediu a candidatura presidencial de Luiz Inácio Lula da Silva, preso desde abril, após a qual o PT tem dez dias para indicar um novo candidato.

O Tribunal Superior Eleitoral decidiu na madrugada de sábado que a lei conhecida como “Ficha Limpa”, que foi aprovada pelo próprio Lula em 2010, quando ainda era governo, impede que Lula concorra a cargos eleitorais, tal como qualquer pessoa condenada em segunda instância, como é o seu caso.

A Justiça proibiu também o antigo chefe de Estado de aparecer na campanha eleitoral como candidato, mas autorizou a presença da sua figura na campanha, desde que não se apresente como tal.

Embora o PT ainda não haja confirmado, Fernando Haddad, ex-ministro da Educação e ex-presidente da câmara de São Paulo, deverá substituir Lula como candidato à Presidência do Brasil.

Após o veredito do tribunal, o PT iniciou hoje a sua campanha eleitoral na televisão, com Haddad assegurando ao eleitorado que “a decisão está tomada” e que o partido irá “com Lula até ao final”.
Contudo, ao cumprir a agenda de campanha hoje, o ex-ministro declarou que, antes de tomar qualquer decisão, “há que ouvir Lula” para finalmente “decidir, coletivamente, o que fazer nos próximos dias”.

“A justiça eleitoral, neste caso, talvez não seja a palavra final. Vamos estudar durante o fim de semana quais são as possibilidades jurídicas e apresentá-las ao Presidente”, disse Haddad em conferência de imprensa em Garanhuns, no nordeste brasileiro.

O ex- autarca de São Paulo também negou a existência de um “cálculo eleitoral” por parte do PT, considerando que o povo tem “soberania” quando se trata de escolher o candidato do partido.
“A soberania é do povo na hora de escolher o candidato do PT. E esse candidato é Lula”, por isso, “não estamos a fazer estratégia eleitoral, não estamos a fazer cálculo eleitoral. Estamos a defender o que consideramos um bem comum, que é a soberania popular”, concluiu.