Fernando
Haddad, candidato a vice-Presidente do Brasil na chapa do
ex-Presidente Lula da Silva, falou neste domingo que terá uma reunião com ele na
segunda-feira, 3/9, na prisão em Curitiba, para decidir sobre os "próximos passos" da
campanha eleitoral do Partido dos Trabalhadores.
“Vamos
apresentar o quadro jurídico ao Lula na segunda-feira de manhã. Vamos
discutir o que fazer nestes dez dias de prazo”, afirmou Haddad,
referindo-se à decisão do Tribunal Superior Eleitoral que impediu a
candidatura presidencial de Luiz Inácio Lula da Silva, preso desde
abril, após a qual o PT tem dez dias para indicar um novo candidato.
O Tribunal Superior Eleitoral decidiu na madrugada de sábado que a lei conhecida como “Ficha
Limpa”, que foi aprovada pelo próprio Lula em 2010, quando
ainda era governo, impede que Lula concorra a cargos eleitorais, tal como
qualquer pessoa condenada em segunda instância, como é o seu caso.
A
Justiça proibiu também o antigo chefe de Estado de aparecer na campanha
eleitoral como candidato, mas autorizou a presença da sua figura na
campanha, desde que não se apresente como tal.
Embora o PT ainda
não haja confirmado, Fernando Haddad, ex-ministro da Educação e
ex-presidente da câmara de São Paulo, deverá substituir Lula como
candidato à Presidência do Brasil.
Após o veredito do tribunal, o
PT iniciou hoje a sua campanha eleitoral na televisão, com Haddad
assegurando ao eleitorado que “a decisão está tomada” e que o partido
irá “com Lula até ao final”.
Contudo, ao cumprir a agenda de
campanha hoje, o ex-ministro declarou que, antes de tomar qualquer
decisão, “há que ouvir Lula” para finalmente “decidir, coletivamente, o
que fazer nos próximos dias”.
“A justiça eleitoral, neste caso,
talvez não seja a palavra final. Vamos estudar durante o fim de semana
quais são as possibilidades jurídicas e apresentá-las ao Presidente”,
disse Haddad em conferência de imprensa em Garanhuns, no nordeste
brasileiro.
O ex- autarca de São Paulo também negou a
existência de um “cálculo eleitoral” por parte do PT, considerando que o
povo tem “soberania” quando se trata de escolher o candidato do
partido.
“A soberania é do povo na hora de escolher o candidato do
PT. E esse candidato é Lula”, por isso, “não estamos a fazer estratégia
eleitoral, não estamos a fazer cálculo eleitoral. Estamos a defender o
que consideramos um bem comum, que é a soberania popular”, concluiu.
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