O secretário-geral das Nações Unidas designado,
Antônio Guterres, agradeceu hoje na Assembleia da República, onde foi
distinguido com o Prêmio de Direitos Humanos 2016, "todo o apoio" de
Portugal, "um dos fatores mais importantes para que sua candidatura saísse triunfante".
Durante a cerimônia de atribuição do mais alto galardão atribuído pelo parlamento português agora de manhã em Lisboa, que decorreu na Sala do Senado, na presença de altas figuras do Estado, como o Presidente da República Marcelo Rebelo de Sousa e o primeiro-ministro Antônio Costa,
Antônio Guterres reconheceu que a agenda dos direitos humanos está "em regressão" e em "progressiva deterioração".
Num discurso bem reduzido, o próximo secretário-geral das Nações Unidas descreveu "a situação dramática" dos refugiados no mundo e enalteceu o exemplo de solidariedade das organizações da sociedade civil, mencionando o Conselho Português para os Refugiados, ao qual doou o valor do prêmio, 25 mil euros, o prêmio recebido dos Direitos Humanos.
Guterres, ex-alto comissário das Nações Unidas para os Refugiados referiu também o apoio Global dos Estudantes Sírios.
Neste contexto, "Portugal tem autoridade moral para mobilizar um conjunto maior de Estados para que a agenda dos direitos humanos volte a progredir", assegurou.
Antônio Guterres enfatizou ainda que é preciso garantir o reconhecimento dos direitos econômicos, sociais e culturais, como o direito à habitação, à educação, historicamente desvalorizados em relação aos direitos civis e políticos.
O júri do Prêmio de Direitos Humanos contou com representantes de todos os partidos e decidiu, por unanimidade distinguir Antônio Guterres "pelo seu trabalho desenvolvido na defesa dos direitos humanos", principalmente no período em que liderou o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR).
Desde 1999, outras personalidades foram distinguidas pela Assembleia da República, tais como, o ex-Presidente Mário Soares, a jornalista e defensora dos direitos das mulheres Maria Lamas, o bispo timorense de Baucau, Basílio do Nascimento, e o brasileiro Sérgio Vieira de Mello, morto ao serviço das Nações Unidas.
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