Temer decidiu manter a viagem mesmo depois da entrevista do empresário Joesley Batista, um dos donos do Grupo J&F, à revista Época na qual ele o acusa de ser chefe de uma organização criminosa envolvendo deputados do PMDB.
Quanto às afirmações do empresário, o presidente rebateu as afirmações e prometeu processá-lo.
Temer leva a Moscou a promessa de um novo acordo para proteger da dupla tributação as empresas que atuam nos dois países, um acordo que foi aprovado em 2004 mas que só foi aprovado no Congresso em maio deste ano, segundo afirmou o gerente-executivo de Comércio Exterior da Confederação Nacional da Indústria, Diego Bonomo, faltando apenas um decreto do governo brasileiro.
O acordo evita que haja dupla incidência do Imposto de Renda em operações que envolvem dividendos, juros e royalties, informa carta do Fórum de Empresas Transnacionais (FET) entregue ao governo na semana passada, pedindo sua entrada em vigor. Este acordo vai contribuir para "ampliar os fluxos de comércio e investimentos entre os países", segundo afirmações de seu seu presidente, Dan Ioschpe.
A formalização do acordo foi informada pelo próprio Temer, em artigo publicado no Estado na última sexta-feira. Ele disse também que pretende assinar acordos de investimento e facilidades de comércio. O compromisso de negociação desses dois acordos já é considerado um grande avanço pelos empresários. Mas a Indústria gostaria de ver avanços, também, nas áreas de proteção de patentes e de Previdência.
Embora os dados parciais deste ano mostrem alguma recuperação em relação a 2016, o comércio entre Brasil e Rússia vem se reduzindo desde 2013. "A Rússia sofre com a queda dos preços do petróleo", afirmou Bonomo. "E a pauta de comércio entre Brasil e Rússia é muito concentrada em produtos básicos e semi-manufaturados."
Os russos pretendem equilibrar a balança comercial, que historicamente é favorável ao Brasil. Estão querendo a abertura do mercado do Brasil para trigo, peixes e frutas, em troca da abertura para mais espaços para as carnes brasileiras.
Entre os itens que o Brasil passará a importar deve estar o bacalhau. Muito da produção russa já chega aqui através da Noruega e de Portugal. Em troca, o País poderá obter cotas mais generosas para exportar carnes bovina, suína e de frango. No ano passado, o Brasil foi responsável por 60% das importações russas de proteína animal.
Nenhum comentário:
Postar um comentário