quinta-feira, 21 de junho de 2018

João Frazão do PCP: "Não existe em Portugal governo de esquerda" - Portal Vermelho

Organizado pela Fundação Mauricio Grabois e pela secretaria nacional de relações internacionais do Partido Comunista do Brasil (PCdoB), o debate sobre a situação política em Portugal e na Europa, recebeu na noite desta sexta-feira (18), em São Paulo, uma palestra do membro da comissão política do Partido Comunista Português (PCP), João Frazão.  

“O PCP é o partido de vanguarda dos trabalhadores portugueses, da classe operária e de todo o povo português. É um partido marxista-leninista e internacionalista. Está à frente dos trabalhadores, na luta pelos seus direitos e pela emancipação nacional e social”, disse José Reinaldo, na abertura do evento.

O dirigente enfatizou ainda que o quadro político de Portugal desde 2015 tem passado por mudanças a partir dos resultados das últimas eleições legislativas e da formação de um governo encabeçado pelo Partido Socialista (PS). “É uma situação instigante, nova, bastante diferenciada do quadro europeu e que tem repercutido em nosso país e desperta interesse e o acompanhamento do nosso partido”, esclareceu José Reinaldo.

Solidariedade do PCP ao povo brasileiro

“O PCdoB (Partido Comunista do Brasil) é muito grato ao partido comunista português e acho que estou expressando também os sentimentos do povo brasileiro pela irrestrita, indeclinável e incondicional solidariedade que prestou ao nosso povo, ao nosso partido, ao Partido dos Trabalhadores, à presidenta Dilma ao presidente Lula, em todo o processo que durou mais de 3 anos de preparação e execução do golpe de estado que acabou destituindo a presidenta Dilma.

José Reinaldo destacou ainda os diversos atos organizados pelo PCP, em Portugal e mesmo fora de país, como no Parlamento Europeu em solidariedade ao país e ao povo brasileiro. “É uma expressão dos laços de amizade, de cooperação entre os nossos dois partidos, baseadas no internacionalismo do proletário que faz parte indissociável da política e ideologia dos nossos partidos”.

João Frazão iniciou a sua fala retratando a grave crise política brasileira e a solidariedade do partido comunista português ao povo brasileiro. Segundo Frazão, o PCP e o PCdoB estão ligados por uma relação de fraternidade e do mais profundo relacionamento tanto no plano bilateral como multilateral. “Na luta por uma nova sociedade, cada qual honrando o seu país, a luta e a experiência deixadas por gerações e gerações”, acrescentou.

Retratando ainda o último período de retrocessos no plano político e social no Brasil, Frazão citou as exigentes tarefas que estão colocadas para os comunistas brasileiros e o importante papel que o PCdoB ainda tem para desempenhar.

“Perante a brutal ofensiva da burguesia reacionária, com apoio e estímulo do imperialismo norte-americano. Ante o golpe de Estado contra a legítima presidenta Dilma Rousseff – que esteve a poucas semanas na sede do nosso partido, diante do indigno processo que levou à prisão do ex-presidente Lula,  é  que deixo aqui a mais viva solidariedade. A perseguição a destacados ativistas dos direitos humanos, o regresso da agenda do neoliberalismo e ao ataque aos direitos como a educação, a saúde, com a tentativa de destruir os direitos laborais”.

Diante de tudo isso, afirmou o dirigente português, o “PCdoB tem um importante papel a desempenhar na mobilização dos trabalhadores e do povo para a luta, quer contra as medidas antissociais do governo do usurpador Temer quer pelo retorno da dignidade democrática, jurídica e constitucional”, disse o dirigente, relembrando do processo que retirou Dilma Rousseff da presidência e de prisão do ex-presidente Lula com intuito de afastar-se do seu direito de se candidatar à Presidência do Brasil.

Frazão enfatizou ainda a “convicção e os compromissos” dos comunistas e democratas do Brasil “que nunca recuaram ou desistiram ao longo da sua história perante nenhum obstáculo”. “Sendo uma necessidade, é uma obrigação”, frisou.

O dirigente comunista ressaltou ainda que prenderam Lula, pelas políticas adotadas como de ter “tirado 20 milhões de brasileiros do quadro da fome”.

Contra o imperialismo

Para Frazão, o Brasil ao longo dos últimos anos foi um pião a mais no jogo contra o imperialismo norte-americano na sua ofensiva pelo domínio mundial. Segundo ele, a ação desestabilizadora que ocorreu no Brasil segue “a mesma lógica, mesma origem e a mesma natureza” que fazem e continuam a fazer contra países como a Venezuela, Honduras, Bolívia e Cuba. E que desenvolvem em todo o mundo, em particular no oriente médio – disse. Recordando dos ataques recentes na Faixa de Gaza – “com medidas criminosas que tiraram a vida de mais de uma dezena de palestinos”, afirmou o dirigente português.

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