A maioria dos sindicatos de trabalhadores dos Correios decidiu nesta
sexta-feira (6) aceitar a proposta de acordo apresentada pelo Tribunal
Superior do Trabalho (TST) e encerrar a greve dos correios iniciada no dia 20 de setembro.
Segundo a Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios e
Telégrafos e Similares (Fentect), dos 31 sindicatos filiados, 24 já
realizaram assembleias e votaram por aceitar a proposta e encerrar a
paralisação.
A assinatura do Acordo Coletivo de Trabalho 2017/2018 pela empresa e
federações representantes dos trabalhadores está prevista para
terça-feira (10).
A proposta de acordo prevê, entre outros pontos, reajuste de 2,07%
(INPC) retroativo ao mês de agosto de 2017, compensação de 64 horas (8
dias) e desconto dos demais dias de ausência.
Efeitos da greve
Os Correios informaram que neste fim de semana será realizado mais um
mutirão com a expectativa é de entregar aproximadamente 5 milhões de
cartas e encomendas atrasadas.
Em nota, a estatal informou que dos cerca dos seus 108 mil empregados,
aproximadamente 90% estavam "trabalhando normalmente em todo o país"
nesta sexta-feira.
De acordo com entidades que representam os funcionários, a paralisação
foi parcial, com redução de funcionários nas agências, afetando
principalmente a área de distribuição. As agências franqueadas não
participaram da greve - são cerca de 1 mil no país. Já as agências
próprias totalizam mais de 6.500 pelo país.
Os serviços mais afetados durante a paralisação foram os de hora
marcada. No período, foram suspensos: Sedex 10, Sedex 12, Sedex Hoje,
Disque Coleta e Logística Reversa Domiciliária.
A proposta de acordo coletivo foi apresentada na quarta-feira (4) pelo ministrodo TST Emmanoel Pereira. Veja os principais termos:
- reajuste de 2,07% (INPC) nos salários e benefícios retroativo ao mês de agosto deste ano
- compensação de 64 horas e desconto dos demais dias de ausência
- manutenção de cláusulas sociais no acordo
Crise nos Correios
Os Correios enfrentam uma severa crise econômica. Nos últimos dois
anos, os Correios apresentaram prejuízos que somam, aproximadamente, R$ 4
bilhões. Desse total, 65% correspondem a despesas de pessoal.
Os Correios anunciaram em março o fechamento de 250 agências, apenas em
municípios com mais de 50 mil habitantes, além de uma série de medidas
de redução de custos e de reestruturação da folha de pagamentos.
A estatal alega ainda que o custeio do plano de saúde dos funcionários é
responsável pela maior parte do déficit da empresa registrado nos
últimos anos. Hoje a estatal arca com 93% dos custos dos planos de saúde
e os funcionários, com 7%.
A crise atingiu também o Instituto de Seguridade Social dos Correios e
Telégrafos (Postalis), fundo de pensão dos funcionários da estatal, que
teve intervenção decretada pelo governo após prejuízos e denúncias de fraudes em investimentos em desacordo com a política interna do Postalis.
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