Processo por Quebra de Decoro Parlamentar Foi o mais longo da Casa E Cunha fica Inelegível até 2027
BRASÍLIA —A Câmara dos deputados cassou no dia 12 de setembro, o mandato do deputado
federal Eduardo Cunha (PMDB-RJ), interrompendo uma trajetória política de
quase 25 anos daquele que se celebrizou como o principal algoz de Dilma
Rousseff no processo de impeachment com 450 votos a favor, 10 contrários e 9
abstenções.
Com uma carreira construída às
sombras do poder e que ganhou os horizontes nacionais desde que no ano passado assumiu a
presidência da Câmara, Cunha, só vem colecionando inimigos
na vida política e como consequência, se viu abandonado por praticamente todos os
partidos. Agora passará a enfrentar o seu mais temido adversário, o juiz
Sérgio Moro, da Justiça Federal do Paraná. Com esta decisão do plenário da Câmara,
Eduardo Cunha ficará inelegível até 2027.
Cunha é o segundo presidente da Câmara cassado (o primeiro foi Ibsen Pinheiro) e o terceiro deputado desde que o voto para este tipo de sessão passou a ser aberto. Os outros foram André Vargas (ex-PT-PR) e Natan Donadan (ex-PMDB-RO). O Conselho de Ética foi criado em 2001, e até agora já foram cassados sete deputados incluindo Cunha.
Ao final da sessão Cunha deu uma entrevista coletiva na qual culpou o governo Temer pela derrota. Segundo ele, o assessor especial Moreira Franco atuou como “eminência parda” na articulação da eleição de Rodrigo Maia (DEM-RJ), de quem é sogro, para a presidência da Câmara.
A influência de Cunha em Brasília começou a ganhar força ainda no segundo governo do ex-presidente Lula e chegou ao seu ápice no ano passado, ao assumir a presidência da Câmara. A chegada ao cargo, que reforçou sua posição na política, também trouxe a exposição que contribuiu para seu ocaso político, apenas pouco mais de um ano e meio depois.
Com as denúncias, o tempo virou para Cunha e, de “presidenciável”, ele passou a ser visto como deputado “cassável”. Resistiu por meses em deixar a presidência da Câmara, mesmo após ter sido afastado pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Conhecido pela capacidade única de manobrar o Congresso, o que lhe rendeu o recorde de 11 meses de duração do processo de cassação, na sessão de ontem Cunha ainda tentou lançar mão do artifício.
Mas, logo no início da noite, ficou explícito que não conseguiria escapar de seu destino, depois que as manobras regimentais foram todas rechaçadas por um plenário que, dias antes, já anunciava sua inexorável cassação. A primeira tentativa fracassada foi de não dar quorum na sessão, marcada com um mês de antecedência pelo seu ex-aliado e sucessor no cargo, Rodrigo Maia. A segunda investida de seus aliados, de garantir uma pena mais suave que a cassação, também naufragou.
Logo pela manhã, os boatos de que Cunha poderia renunciar, adiando a votação, tensionaram o ambiente. A interlocutores, o deputado afastado negou que fosse fazê-lo e cumpriu a promessa durante seu discurso em plenário.
Pontualmente às 19h de ontem, o presidente da Câmara abriu a sessão de julgamento. Anunciou a presença de 326 deputados na Casa, mas decidiu, de ofício, zerar o painel e suspender a sessão por uma hora, até que o quórum fosse novamente atingido. A decisão provocou reação de adversários de Cunha em plenário, mas Maia justificou que, por se tratar de um julgamento polêmico, não queria dar margem a questionamentos.
Cunha é o segundo presidente da Câmara cassado (o primeiro foi Ibsen Pinheiro) e o terceiro deputado desde que o voto para este tipo de sessão passou a ser aberto. Os outros foram André Vargas (ex-PT-PR) e Natan Donadan (ex-PMDB-RO). O Conselho de Ética foi criado em 2001, e até agora já foram cassados sete deputados incluindo Cunha.
Ao final da sessão Cunha deu uma entrevista coletiva na qual culpou o governo Temer pela derrota. Segundo ele, o assessor especial Moreira Franco atuou como “eminência parda” na articulação da eleição de Rodrigo Maia (DEM-RJ), de quem é sogro, para a presidência da Câmara.
A influência de Cunha em Brasília começou a ganhar força ainda no segundo governo do ex-presidente Lula e chegou ao seu ápice no ano passado, ao assumir a presidência da Câmara. A chegada ao cargo, que reforçou sua posição na política, também trouxe a exposição que contribuiu para seu ocaso político, apenas pouco mais de um ano e meio depois.
Com as denúncias, o tempo virou para Cunha e, de “presidenciável”, ele passou a ser visto como deputado “cassável”. Resistiu por meses em deixar a presidência da Câmara, mesmo após ter sido afastado pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Conhecido pela capacidade única de manobrar o Congresso, o que lhe rendeu o recorde de 11 meses de duração do processo de cassação, na sessão de ontem Cunha ainda tentou lançar mão do artifício.
Mas, logo no início da noite, ficou explícito que não conseguiria escapar de seu destino, depois que as manobras regimentais foram todas rechaçadas por um plenário que, dias antes, já anunciava sua inexorável cassação. A primeira tentativa fracassada foi de não dar quorum na sessão, marcada com um mês de antecedência pelo seu ex-aliado e sucessor no cargo, Rodrigo Maia. A segunda investida de seus aliados, de garantir uma pena mais suave que a cassação, também naufragou.
Logo pela manhã, os boatos de que Cunha poderia renunciar, adiando a votação, tensionaram o ambiente. A interlocutores, o deputado afastado negou que fosse fazê-lo e cumpriu a promessa durante seu discurso em plenário.
Pontualmente às 19h de ontem, o presidente da Câmara abriu a sessão de julgamento. Anunciou a presença de 326 deputados na Casa, mas decidiu, de ofício, zerar o painel e suspender a sessão por uma hora, até que o quórum fosse novamente atingido. A decisão provocou reação de adversários de Cunha em plenário, mas Maia justificou que, por se tratar de um julgamento polêmico, não queria dar margem a questionamentos.
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